Mudança de Calendário
Professor de estética e história da arte, o norte-americano José Argüelles passou a infância no México, e desde muito jovem foi atraído ao estudo da cultura Maia, mais precisamente de seu calendário sagrado, o Tzolkin. Para ele, o ano de 2012 não será assim tão sombrio. Em seu livro O Fator Maia, da Editora Cultrix, Argüelles explica que chegamos agora ao último ciclo de ativação galáctica, que na matemática perfeita dos Maias irá de 1992 a 2012, ano que assinala para a humanidade o início de um período de regeneração, com o surgimento de tecnologias não-materialistas e ecologicamente harmônicas.
A partir de seus estudos, Argüelles propõe que a humanidade comece a agir em sincronia com o centro da nossa galáxia, trocando o calendário gregoriano pelo calendário das 13 luas. Sua proposta de calendário é inspirado no calendário solar Maia, o Haab. Com 365 e mais cinco dias aziagos, o Haag é o calendário mais próximo do nosso ano solar moderno de 365,25 dias. O Haab compreendia dois períodos distintos: O Tun = 360 dias divididos em 18 meses de 20 dias O Xma Kaba Kin = 5 dias (considerados azarados)
Atualmente, no calendário gregoriano, temos que acrescentar um dia no mês de fevereiro a cada quatro anos para mantermos nossos registros de tempo conforme o período solar. Os "anos bissextos" compensam as discrepâncias anuais de 4 x 0,25, acumuladas entre cada ajuste "bissexto". Não se tem notícia que tal compensação tenha sido efetuada pelos Maias. Argüelles também propõe que as pessoas passem a adotar um calendário lunar, composto por 13 meses de 28 dias cada. Esse calendário formará um ano de 364 dias. Para completar 365, Argüelles propõe que exista um dia "0", sem nome ou data, que seria dedicado à meditação. A premissa para a proposta do Calendário das 13 Luas é que, na visão de Argüelles, o calendário gregoriano constitui uma freqüência de tempo artificial que seria a responsável pela alienação do homem da natureza e pela criação de uma civilização materialista dominada pelo dinheiro e pelas máquinas. Para ele, a mudança de calendário redirecionará a humanidade para a freqüência de tempo da natureza, que é representada pelo biologicamente preciso calendário de 28 dias e 13 luas. De fato, a proposta dele é adequada ao ciclo lunar, pois cada ano solar possui 13 luas, cujo ciclo dura em média 28 dias. Além disso, ao contrário da crença corrente, uma mulher não fica grávida por nove meses e sim por nove luas.
A proposta de Argüelles também tem um sentido profético. Ele acredita que só mudando nosso calendário é que nós conseguiremos parar as atrocidades morais e o abuso do meio ambiente que hoje em dia vem sendo cometido em nome do desenvolvimento econômico. Empenhado em fazer com que o mundo adote seu calendário de 13 luas, Argüelles e a mulher, Lloydine, já chegaram até a visitar o Papa João Paulo II e o então secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, com essa proposta. Para eles, a mudança de calendário trará um período de paz e a harmonia para planeta. "Nós não podemos realmente esperar ter um novo milênio sem ter um novo tempo, e nós não podemos ter um novo tempo a não ser que tenhamos um novo calendário", diz Argüelles.
DÉBORA F. LERRER
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